terça-feira, maio 31, 2011


A brisa era perfeita. Fazia com que seus cabelos balançassem e arrepiava sua pele. Era como em um sonho. Ela se encostava em mim tentando não sentir frio e eu apenas me aquecia com o calor de seus braços. Fechei meus olhos e vi o céu.

Era apenas ela. A mesma de sempre, os mesmos olhos castanhos, a mesma respiração ofegante, o mesmo veneno na voz. Era ela. E pra mim bastava. Não era a mais bonita, às vezes era chata, vivia mais séria do que feliz, mais triste do que apaixonada. Mas era amor, eu sentia. E bastava.

Era ingênua, dessas que nunca crescem, que não se arriscam, mas que mentem e se superam a cada instante. Era doce. Sutil, leve, fulgaz...daquelas que matam e morrem. Era ela e pra mim bastava.

Mas era solta. Não foi feita pra viver abandonada, presa em qualquer tipo de romance. Foi feita pra si e se bastava. Feita pra se abandonar e se apaixonar por si própria. Pra ser solta no mundo, sem vínculos, sem ex amores, futuros maridos, filhos, netos...ela se bastava.

E pra mim isso não bastava.